quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Papai Noel


Papai Noel, o bom velhinho de barba branca, rechonchudo, com uma risada contagiante que entrega presentes no natal a todos que se comportaram bem durante o ano. Essa é a imagem que temos trazidas de nossa infância e que ainda povoa o imaginário de milhões, talvez bilhões de crianças no mundo ocidental.
O bom velhinho é mais que mera lenda. É o depósito de uma confiança que tudo pode ser melhor para os de bom coração. O comportamento a ser premiado é a tônica no papel do Papai Noel. Infelizmente a pureza de sentimento na crença dos bons valores está se diluindo em prol do capitalismo que negocia a imagem do natal por lucros em uma data que se deveria comemorar o nascimento de uma pessoa que foi exemplo de virtudes e compaixão para com o próximo, mesmo que seja ciente que a data não condiz com a realidade natalina de Jesus. Mas isso pouco importa. O que importa é o sentimento.
Destruir a imagem de Noel é acabar com a esperança de que ser bom tem sua compensação. É destruir o sonho de que o mundo pode ser mais feliz e humano na troca de presentes com pessoas que amamos e que isto nada mais é que um detalhe no mundo tão conturbado e mesquinho.
Continuo a acreditar que Papai Noel existe. Acredito nas boas pessoas, na honestidade. Não é um trocadilho. Se assim o fosse também acreditaria em mula-sem-cabeça. Não é o caso. Acredito mesmo que o bom velhinho ainda passa pelo mundo dando a esperança em igual quantidade. Papai Noel não faz distinção de classe social. Crianças pobres e ricas acreditam na mesma imagem e têm seus sonhos possíveis por alguns momentos. Se vão receber seus pedidos infelizmente já não posso dizer o mesmo. No entanto, é a única data em que todos são iguais. Crianças e tão somente crianças.
Se os adultos fossem puros de coração e acreditassem no invisível como as crianças, então o mundo teria uma chance. Acreditamos em Deus a quem não vemos e afirmamos que Ele realmente existe sem contestação. Então por que descrer no espírito natalino representado por um homem gordo de bom coração? Crescemos e deixamos a pureza dos olhos em nossa infância.
O que está matando Papai Noel não é falar para nossos filhos que o presente recebido é o que o papai ou a mamãe comprou. Pelo contrário. É ficarmos calados quando devíamos ensinar aos futuros adultos o verdadeiro sentido do natal e do Papai Noel. Que adultos são estranhos porque tem vergonha de suas próprias crenças. Não queremos que nossos filhos cresçam, no entanto forçamos seu crescimento destruindo sonhos puros.
O mundo precisa voltar a acreditar em Papai Noel para que valores renasçam com a esperança de um mundo melhor e mais fraterno. Precisamos acreditar verdadeiramente quando falamos: - Feliz Nata! Ho! Ho! Ho!

O Choro



Chorar faz bem para os olhos e para o coração. Venho escutando essa afirmação por toda a minha vida. Quando criança e começava a chorar, minha mãe logo falava: - chora, chora muito que quanto mais você chorar mais limpo fica seus olhos! Achava aquilo estranho e chorava mais ainda, até adormecer.
Quanto ao choro cientista afirmam categoricamente que nossa espécie é a única do reino animal capaz de chorar, sendo este evento diretamente relacionado ao nosso instinto de defesa e comunicação – basta nos lembrarmos do choro do bebê, indicando que algo não vai bem. Chorar pode expressar uma gama de sentimentos, dentre eles a tristeza, dor física, indignação, insegurança, medo - ou mesmo felicidade – externalizando-o. N ao concordo quanto a essa afirmação porque sei quando meus animais choram de fome, de carência, de dor e por maus tratos. Então os animais “irracionais”, se é que podemos chamá-los assim em comparação a nós humanos, também choram.
O choro é muito complexo, as expressa realmente o que se passa dentro de nós. Alegria, dor, saudade, amor, decepção, enfim, o choro é a expressão do que não podemos falar, apenas sentir. Os que sofrem têm um desejo terrível de chorar. Os que contam umas piadas nos fazem rir de alegria momentânea. Os que nos deixam nos fazem chorar de saudade, palavra endêmica brasileira. Será que só nós sentimos essa tal saudade? O choro vem por vários motivos. Da mesma forma que chega também se vai, mas não deixa saudade quando se chora por amor.
Se eu choro? Sim, eu sou um homem e choro. O que tem um homem confessar que chora? Um homem não tem olhos? Não tem também mãos, sentidos, inclinações, paixões? Porque é que um homem não devia chorar? Mente o homem que fala que não chora. Pode até não escorrer uma lágrima dos seus olhos, mas internamente está se rasgando de chorar. Não duvidaria se esses “machões” se escondessem no banheiro para colocar para fora suas lágrimas. Ou então usarem a velha desculpa de um cisco caído nos olhos. Pode até ter o tal cisco mesmo, mas nos dois seria muita coincidência.
Chorar aos berros como as crianças é o melhor remédio para a alma. Limpa e purifica os sentimentos. Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes e ainda damos de cara com um cara que nos dá palmadas se não chorarmos. Que mundo demente esse? Depois que começamos a chorar mandam parar. Por que nos batem quando nascemos então? Parece que essas palmadas agora são obsoletas, não posso afirmar, mas ainda sei que há casos desses.
Entender o choro é confuso. Fico confuso pela quantidade de coisas que tenho de considerar que não sei se choro, ou se riu depende do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente do que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser. Essa da Anne Frank é bem esclarecedora. Ao menos para mim porque o choro é esclarecedor para o que chora e confuso para os que consolam. Vai entender o íntimo de uma pessoa. Só ela sabe se deve ou não chorar. Não adianta pedir para parar. O choro tem vontade própria, incontrolável e indomável. Então só há uma ordem do choro: - deixa-me sair ou lhe devoro o interior. E devora mesmo, os machões que o digam. Então chore, chore mesmo!
Ninguém chora com mais vontade do que os que são felizes ou inteligentes. Por que, por exemplo, chorar a perda de alguém para a morte se sabe que a morte lhe livrou de um sofrimento? Sei que parece cruel, insensível, duro demais para aquele que perdeu um ente querido. Mas penso que é egoísmo querer que alguém assim permaneça sofrendo porque o quero perto de mim. Primeiro se deve pensar que quem ama não quer ver o ser amado sofrendo. Portanto, a dor só é extinta com a vontade da natureza se desenrolando. Claro que todo o possível deve ser feito, mas prolongar a dor não se deve. Antes que pense errado, sou contra a eutanásia. Ok?
Há alguns choros que nos dão prazer vê-los nos olhos dos outros. Quer um pequeno exemplo? Encontrar chorando quem no passado riu de mim. Aí choro de tanto dar risada. Sem o sentido de vingança nessa hora. Nessa situação posso estender a mão e mostrar o quanto tal pessoa agiu errado. É ensinar que não se cospe para cima tendo a testa larga. Difícil se comportar assim, mas é agradável à consciência. O mal ou desejar o mal a alguém não nos leva a lugar algum. Ou melhor, leva sim. Para uma podridão de espírito que nos fará cair no mesmo erro de quem agora chora.
Tem algumas lágrimas que os homens precisam entender e aprender a se afastar delas. As mulheres ensinaram seus olhos a chorar. Isso é um perigo. O homem não consegue ficar impassível ao choro de uma mulher. Ô raça essa tal de mulher. Mas não vivemos sem elas. Se as mulheres choram conseguem tudo o que querem sem o menor esforço. Sobre a mulher cabe um capítulo inteiro a parte. Apenas gostaria que os leitores, eu disse “os” leitores ficasse atentos e se resguardassem de ficar perto de uma mulher chorando. Melhor seria não fazê-las chorar.
Enfim, tudo o que posso dizer nesse momento que felizes são as mulheres que choram abertamente em qualquer lugar e na frente de qualquer um. Coitado dos homens, dentre os quais não me incluo, que retêm o choro para soltar dentro de quatro paredes. Rir é ótimo


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chão Batido


Certa vez perguntaram para minha tia o que significava “uai”. Ela, sem titubear respondeu: - Uai é uai, uai! Desde que me contou essa passagem e olha que já faz um bom tempo, passei a preparar algumas respostas caso o mesmo me acontecesse.
Uai é muito mais que uma simples palavra da cultura interiorana mineira. Expressa toda uma terra, um estado bem maior que muitos países tidos como de primeiro mundo. Para mim é o primeiro mundo esta terra que piso descalço há décadas, com tantos contrastes dentro de um pequeno mundo chamado Minas Gerais.
Minas de tantas realidades interligadas por um sentimento comum, o de que ser mineiro é tudo. Mineiro é sincero e aberto sem perder o jeitinho delicado e educado de falar. É devagar, mas constante, sem estardalhaços e comendo sempre pelas beiradas para não se queimar. É ser inteligente e discreto. É falar pouco e acertado, embora contar “causos” seja com ele mesmo, não dispensa e nem deixa passar uma oportunidade, isso é conosco mesmo. É ser receptivo e desconfiado sempre. Mineiro que é mineiro mesmo não enfia mão em cumbuca fechada, é o come quieto. Ser mineiro é ser bonito pelo que é e não pelo que aparenta ser.
E as belas terras mineiras então? Serras verdes, vales floridos, cerrados e campos. Há também diversificação até nisso, que o diga o Vale do Jequitinhonha com suas secas que parecem eternas. Mas o povo que lá vive honra o “minerez” mesmo que um pouco carregado do sotaque nordestino, tem orgulho de pertencer a Minas Gerais, de capital “Beozonte”, ou Belô para os mais íntimos.
Terra das Minas Gerais! Fonte de riquezas infindáveis e variáveis. Rasgada, surrada, explorada, talhada, desbravada, mas jamais conquistada. Com seus encantos não se deixou ser possuída pelo modernismo. Continua com seu fogãozinho a lenha conquistador e romântico, dentro de uma casinha simples de chão batido, guardada por um vira-lata de latino fino e estridente. Da chaminé ainda sai uma fumaça que sobe serpenteando rumo a um céu de puro azul. A minha Minas continua a mesma de outrora.
Quem mora em Minas descobre que é abençoado. Se quiser o frio europeu basta ir a Maria da Fé, onde até mesmo a neve dar o ar de sua graça algumas vezes. Porém com a diferença que só o mineiro tem: a hospitalidade inerente e nativa. Ao contrário dos gringos que olham os brasileiros com seu ar de nariz empinado.
Se quiser um calor saariano basta ir para Montes Claros, bem ao norte. Não tem praia, mas cachoeiras lindas e de águas frescas e cristalinas não faltará. Para que mar se temos essa riqueza sem o risco de ser torpedeado por um detrito oriundo de um esgoto que sempre são lançados ao mar direto de uma selva de pedra? Somos ou não abençoados?
Minas Gerais é mais, muito mais que um simples uai. Vai ale, muito ale que um simples estado. É um mundo dentro do mundo.
Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais. O nosso “inté” nunca será bye bye!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Campo Minado



Viver é um constante desafio. É um pique esconde-esconde onde você tenta se esconder de si mesmo. Não é esconder algo, mas viver com seus medos, suas angústias, frustrações, anseios e decepções. É lutar por compreensão e entendimento. Não é fácil. É uma luta desigual.
O que falamos, pensamos e fazemos têm seus pesos específicos. O fiel dessa balança está sempre nas mãos de outrem. Controlam ações e reações, sucessos e fracassos. Tristezas e felicidades, vida e morte. É um constante viver atrás da linha inimiga. É um dormir em ninho estranho e acordar com seus pesadelos.
Que armas usar não interessa. Sempre serão obsoletas. Palavras são lançadas ao vento. Mesmo com atitudes pensadas, medidas, articuladas e calculadas tudo parece em vão. É andar em campo minado e escutar explosões em sua volta. Parece impossível a sobrevivência. É a lei do cão. É a teoria do caos, determinados resultados podem ser instáveis, aleatórios.
Viver é mesmo um constante desafio. Um andar em corda bamba, sendo que andamos em arame farpado pisando em ovos. É uma gangorra com altos e baixos. É um equilibrar a cada milésimo de segundo, a cada suspiro, a cada piscar. Não se passa por brisas. Não há calmaria. Ao contrário, sempre há tufões querendo demolir o que pouco se constrói. É um furacão com a calmaria do seu centro, com calma ilusória. As gotas de chuvas que caem se misturam com as lágrimas para disfarçá-las. Para esconder o que se sente no íntimo. Para que revelar se o som do seu íntimo se perde no rugido das trovoadas?
Realmente a vida é um campo minado com inimigos ocultos.
Tudo é muito difícil. Sair às ruas, dirigir, correr, amar, acreditar, perdoar, entender e ser entendido... Tudo sempre é tão difícil.
É desigual e injusto lutar contra o que não se vê. Qualquer coisa é insuficiente. Mas não basta sentar e esperar que tudo aconteça. Não é melhor simplesmente viver. É preciso acreditar que a bonança existe. Acima das nuvens escuras o sol brilha. Tudo pode mudar. É preciso traçar estratégias e a melhor é querer viver. Não é fácil, mas é preciso viver.
Irônico pensar que mesmo conseguindo viver a todas as intempéries do cotidiano o prêmio de toda uma vida é a morte como ponto final. Há os crentes de que a morte é um descanso. Os contrários a esta teoria afirmam categoricamente que se morrer é descansar, preferem viver cansados. Não sei em qual dessas linhas de pensamentos filosóficas tão profundas me encaixo.
Simplesmente vivo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aqui



Aqui é onde estou e vou permanecer.
Aí é onde você está e não quer sair.
Acolá é onde podemos nos encontrar. Se você for!
Aqui e aí são lugares distantes, não convergentes, como sol e lua. Encontram-se, mas não está no mesmo espaço. A física não permite dois corpos ocuparem o mesmo espaço. Por mais que os amantes afirmam que os dois são uma só carne.
Aí é onde mora a distancia e a saudade.
Aqui é onde mora a esperança.
Quem está que está aqui não pode estar aí fisicamente. A saudade conduz e faz presença em sentimento. É como se os corpos se tocassem e, contrariando a física, se fundissem em longo abraço e beijo.
Não. Não pode quem está aí imaginar o que se passa aqui quando não há possibilidade de o acolá chegar mais perto.
Dia e noite.
Preto e branco.
Leite e café.
Juntos e separados.
Tão próximos e tão distantes.
Amor e ódio.
Côncavo e convexo.
Eu e você.
Aqui toca uma música que me leva ao céu na certeza de que vou enxergar além da distância e decifrar onde fica o aí. Mesmo que as nuvens insistam em desfilar prazerosamente em minha frente e o sol ofusque minha vista, vencerei as montanhas para chegar aí. Nada impedirá que o aí se funde com o aqui.
Aqui e aí. Duas palavras tão pequenas que mensuram o quanto fica longe a saudade. O quanto é difícil entender porque existe a distância.
Quisera não existir o aí.
Quisera estar aí.
Quisera... Quisera!
Quisera tanta coisa e não quisera nada.
O que adianta?
O aí e o aqui existem e vão continuar a existir.
Ensina-me o caminho.
Conduza-me ao aí.
Ou conduzo-te ao aqui.
Resta o acolá. Vamos romper as leis da física e ocupar nossos espaços.
Aqui é onde estou e vou permanecer.
Aí é onde você está e não quer sair.

sábado, 2 de outubro de 2010

Amizade


Feliz daqueles que podem dizer, eu tenho uma amizade verdadeira, tenho um amigo ou uma amiga com quem posso contar em qualquer momento, esse é um dos maiores tesouros que podemos conquistar ao longo de nossa vida.
“Amizade Verdadeira é quando nunca estamos cansados para ouvir; é quando existe um carinho todo especial; é quando ficamos preocupados com coisas que achamos que estão erradas; é quando o amigo se faz presente até nas horas em que achamos que não são precisas; é quando existe cumplicidade; é quando temos plena confiança; é quando tentamos abrir os olhos do amigo; é quando julgamos que esteja fazendo coisa errada não abandonamos.
Enfim, amizade é um bem muito precioso que precisamos conservar sempre, mesmo com todas as dificuldades que a amizade possa oferecer.
Amigos são pessoas muito importantes em nossas vidas, que temos que ter e saber sempre. (Cecília Antunes)”
Ter amigos é muito mais que ter alguém por perto, concordando com tudo o que fazemos ou deixamos de fazer. Ter amigos é saber que podemos contar com tais pessoas para rir e chorar conosco, dividir dores e alegrias. É saber que temos alguém que nos estenda a mão e que está pronto para nos puxar a orelha na hora certa. Amigos brigam e choram porque brigaram, mas nunca precisam pedir desculpa por tais ações, pois sabem que tudo é por amizade sincera um ao outro.
Esse sentimento que anda tão distante das pessoas pode salvar uma sociedade que tanto necessita de uma cumplicidade limpa e honesta, encontrada só entre amigos. A nossa sociedade é muito egoísta. Cada pessoa tenta ver o seu próprio argumento e acha que sempre está certo. Será? Onde está então o lado humano que os filósofos afirmam que o ser humano é falho?
Errar é humano. Nesse caso só não atira a primeira pedra quem é amigo mesmo. Só o amigo vai chegar perto e ajudar a corrigir o erro se for possível, se não, estará com a mão estendida para ajudar a levantar. Achar que não é possível ter amizade sincera é sinal de egoísmo, de egocentrismo. Seja entre pessoas que se encontram nas ruas, ou no trabalho, em qualquer lugar, é preciso estar abertos a uma amizade que começa com um coleguismo e logo se transforma em algo mágico chamado amizade. Nunca saberemos se deixamos ou não de ter uma verdadeira amizade se não estivermos abertos a novas experiências. Essa é a dificuldade da sociedade atual: confiar, acreditar.
Ao cruzar com alguém na rua pelas manhãs, dê um sorriso e diga “bom dia”. Se a pessoa retribuir então saiba que você fez a diferença para aquela pessoa. Não custa sorrir para as pessoas. Não custa responder a um “bom dia”. Não dói fazer amigos.
Assim nasce uma amizade.
Aos meus jovens e professores das Escolas Estaduais Américo Dias, do Polivalente, do Luiza Gomes, Maria Umbelina, Olímpia de Brito e da E. M. Celso Banda, dedico a minha amizade. Ter amigos é bom demais.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Amor (revisado e corrigido

Caro leitor.
Devido esta crônica ter sido escrita em momento de extrema emoção, alguns erros foram cometidos e notados. Por esse motivo, reedito e novamente coloco à disposição.
Obrigado pela compreensão e muito obrigado aos que me apontaram os erros.
Boa leitura.


Amor


Ah! O amor!
Por séculos e mais séculos tenta-se explicar o amor. Quando mais é tentado, mais se descobre que o amor não tem explicação.
É simples e ao mesmo tempo complicado.
Destrói o que ele mesmo constroi. E depois reconstrói.
Corrói, machuca, dilacera o coração dos românticos. É condenado, absolvido. Odiado e amado.
Isso é o amor.
Como explicar o que se sente por uma pessoa que mal passa em nossas vidas e nos arrasta para loucuras que não têm medidas? Que nos leva às alturas e depois nos solta sem pára-quedas? Em queda livre, nas asas da desilusão. Seguros pelo amor.
Isso se chama amor.
Não pede licença. Entra sem bater. Toma conta e se apodera de tudo e todos. Ocupa espaços onde menos imaginávamos existir. Não há frio. Não há calor. Não há distância. Mas há saudade. Um beijo, um afago, um olhar. Qualquer coisa serve para lhe dizer: Eu te amo!
Isso é o amor.
Que o amor seja eterno enquanto dure! Vinicius que me perdoe. Que o amor seja eterno enquanto você existir, meu amor!
Isso é o amor.
Não se explica. Se sente.
Não fala. Não ouve. Mas traduz tudo, tudo, tudo!
Isso é o amor.
Como explicar um sentimento que nos leva a nos aproximarmos de uma pessoa que tomará nosso espaço, nossa atenção? Com quem escreveremos um capitulo de nossas vidas, que jamais será apagado e que será eternizado sem qualquer mudança?
Não se explica porque simplesmente isso é o amor.
Que venha esse bichinho esquisito contaminado de sensações adversas e gostosas. Quero sentir e fazer você sentir que as nuvens estão aos nossos pés e as estrelas em nossas mãos. A noite nos aguarda e quero saber, sentir que jamais passará. Que seja eterna como o amor enquanto você existir nos meus braços, no meu olhar, no meu viver!
Isso é o amor.
Não tente explicar o amor. Não tente lutar contra o amor. Não tente modificar o amor. Pois ele, o amor, é inexplicável, invencível e imutável.
Isso é o amor.
Alguém, um dia, em um lugar, em um momento, no tempo certo chegará a você como chegou para mim e para muitos outros eternos românticos amados e amantes. O amor não avisa. Ataca.
Isso é o amor.
Filósofos tentaram e vão continuar tentando explicar o amor. Em vão.
A ciência jamais chegará perto do que pode ser essa sensação arrebatadora.
Porque isso simplesmente é o amor.
Intocável.
Luar, campo, paisagens ou mesmo entre quatro paredes. O que importa é que o amor está no ar para ser aspirado com sua bactéria contagiante.
 Jogar-te-á na cama se não correspondido. Será dolorido e jurará que jamais se entregará para essa febre chamada amor. Podes jurar, mas nunca digas nunca. Porque isso é o amor.
Vai. Aproveite esse momento. Eternize esse instante. Seja feliz enquanto ame. Grite, chore, ria, corra, ande, faça tudo por esse amor. Não deixe que passe segundos de vida sem sentir o que é o amor. Não espere. Não chame. Receba. Doe-se. Se entregue. Ame e será amado.
Isso é o amor.
Diga eu te amo sem medo de ser feliz. Sem hipocrisia. Com sentimento. Do fundo do seu coração. Deixe a razão de lado e embarque nas asas da emoção. Porque o amor não tem explicação. Às vezes é até irracional. Como não tem ridículo para o que ama.
Isso é o amor.
Não precisa dar satisfação. Nem desculpas para amar.
Isso simples e puramente é o amor!
Minha linda Cy, eu te amo!

Professor


Professor

Buscando um ideal,
Transmite o que aprende,
Vence barreiras sem igual,
Mas não se arrepende.

Preocupado em ensinar,
Leva o aluno ao saber,
Problema irá encontrar,
Seu objetivo é resolver.

Às vezes a família é preterida,
Para cumprir metas estabelecidas,
Sem esquecer o amor familiar,
Muita força tem de encontrar.

Sejam crianças ou adolescentes,
Os alunos a quem deva ensinar,
A dedicação se faz presente,
Para personalidades modelar.

Por alguns, pouco reconhecido,
Cumpre seu dever com responsabilidade,
Tem glória, embora lenta,
De encontrar educandos formados.

Recebe melhor recompensa,
Sorrisos que nem esperava,
É o retorno ao que ensinava,
Ver seus alunos realizados.
                                                         (Extraído)

Nós, alunos do 9º ano 3 da E. E. Maria Umbelina em Cambuquira, agradecemos pela sua passagem aqui na nossa escola.
Muito obrigado!

Eu, professor, é que agradeço por saber que fiz o meu trabalho de forma condizente ao esperado por vocês. Por mais que o professor não seja reconhecido pelos políticos, o que vocês acabam de fazer é o que me move a continuar ser professor.
Obrigado meus filhos!
Do eterno amigo:

Prof. Jomar Alves

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Democracia Abstrata



Em pleno ano eleitoral é possível ver como funciona uma democracia. São candidatos pedindo votos, partidários fazendo campanhas para esses candidatos e por todas as esquinas e bares a discussão é a mesma: em quem votar? Isso é democracia real.
O que vem depois é que descaracteriza a democracia. Diga-se de passagem, nunca foi concretamente uma democracia desde os seus primórdios na Grécia Antiga, onde tudo começou. Lá, na Grécia Antigo, já havia acepção de pessoas que poderiam participar dos atos políticos, como as mulheres, os escravos e jovens ficavam de fora das decisões que se tomavam em prol da sociedade. Portanto, democracia que deveria ser do povo, para o povo e com o povo excluía alguns.
Em pleno século XXI as coisas não mudaram. Os candidatos se lançam em suas campanhas e prometem até o que nem sabem se existe ou se é possível. Simplesmente falam a língua do povo. Engodo. Promessas de campanhas são mais quebradas que juras de amor eterno. E sempre é preciso atacar o adversário com ofensas e agressões pessoais. Ataca-se a vida particular e pública como em uma rinha de briga. Isso é democracia. Fala-se o que quer e acaba por escutar o que não quer. Infelizmente faz parte das campanhas tentarem enfraquecer a moral dos adversários, mas não deveria ser assim. Afinal todos estão se candidatando a um cargo público, deixe que o povo veja ou investigue. O mesmo povo que deveria excluir esses atacantes, certos ou não, pois é prova de incompetência puxar o tapete. Será que não tem competência própria para se destacar mais e ser o eleito, o escolhido pelo povo. Isso é democracia, o povo escolher por si só. Afinal, no meio político, quem pode atirar a primeira pedra ainda não nasceu.
Em nossa sociedade é fácil perceber que a democracia não garante os direitos do povo como deveria ser em sua teoria tão ampla e maravilhosa. A política vira politicagem assim que os votos são contados e conferidos. Nem mesmo recebem o diploma ou tomam posse e começa a corrida por aquilo que é de interesse próprio, a saber, o que mais eu posso ter e o que vou fazer por esse ou aquele que me ajudou? É assim principalmente nas cidades pequenas. O clientelismo, o paternalismo, o populismo a favor de quem tem o poder. As promessas feitas se perderam.
Mesmo sendo uma democracia, a forma política brasileira deixa brechas para as armações dos políticos. Um exemplo é que os vereadores se candidatam para defenderem os interesses de suas cidades. No meio do mandato, quando eleitos, deixam os cargos em licença para se candidatar a patamares maiores. E o povo de sua cidade acredita que ele vai fazer mais sendo mais. Engano. Ao ser eleito deverá atender a mais cidades, a toda uma região, a todo um estado. Pode sim trazer recursos. Mas se fez isso sendo vereador, será que o próximo passo não será abandonar o cargo em troca de uma secretaria de estado, ou uma direção de estatal, ou quem sabe o que? Se faltou com a confiança depositada em sua cidade, traiu seus eleitores, não poderá lutar por uma região maior, com mais votos, com mais influência para futuros vôos mais altos?
Ainda em se tratando de políticos que abandonam um cargo eletivo para se candidatarem a outro, o descaso maior é que ao ser eleito o político deixa sua vaga para o seu suplente. Sinceramente nunca vi uma campanha para qualquer cargo em que aparece o suplente para ser votado caso o titular saia por algum motivo. Se o suplente não for qualificado azar do povo que não escolheu para representação deste. E agora como cobrar do seu candidato as realizações que não fez? O suplente não fez nenhuma promessa, portanto está isento de ser cobrado. O pior é que a democracia permite isso, deixar o povo de fora da suplência.
Outros pontos que descaracterizam a democracia é o direito de ir e vir garantido pela constituição, bem como o direito a moradia, a saúde, a educação e o direito de expressão. O povo elege e depois tem que se calar diante da lei que permite que políticos sujos e falsos sejam eleitos e reeleitos com direitos garantidos pelo Supremo Tribunal Federal. Essa é a Democracia brasileira.

Dia mundial de combate ao suicídio

                           Dia 10 de Setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
É complicado falar de um assunto tão complexo. Muito mais complicado é entender o que leva uma pessoa a tirar a própria vida enquanto tantas mulheres anseiam pelo dia de serem mãe. Complicado entender uma diferença tão grande.
Não sei quando começou a se pesquisar estatisticamente o índice de suicídios pelo mundo, muito menos no Brasil especificamente. Uma coisa é certa. É preciso entender o que leva um indivíduo ao suicídio. E isso passa por todos nós. Não cabe culpar esse ou aquele setor sobre o que causa um distúrbio tão grave para que se tome tal atitude, atentar contra a própria vida.
Uma coisa é certa, o suicídio não é coisa da modernidade. Relatos históricos mostram que tal prática, horrenda por sinal, já vem de há muito tempo. Claro que se acentua com o passar do tempo devido até mesmo ao crescimento demográfico. Mas essa não é a causa e longe de tentar justificar essa ou qualquer outra. Porém é notório que quanto mais o homem evolui, mais longe da paz fica, mais longe de objetivos concretos, mais longe da felicidade e, principalmente, mais longe de uma estrutura espiritual condizente com seus anseios.
Durante toda a Idade Média havia a religião como parâmetro de comportamento, de conduta e de pensamento, mesmo que erradamente imposta à força pela Igreja Católica. Mas, bem ou mal, tinha algo que norteava as vidas na sociedade.
Vem o Renascimento, sócio-cultural e espiritual, e modifica este parâmetro. Encontra força no Iluminismo que coloca o homem no centro das atenções, o Antropocentrismo. A partir desse momento o homem passa a se interessar pelo “eu”, não é mais analisado coletivamente, mas individualmente, mesmo vivendo e convivendo em sociedade. Passa a valer o aqui e agora, o mundo criado, recriado e inventado pelo homem. A busca por realizações, por sucesso e por notoriedade são mais importantes do que se interessar pela fraternidade, um dos parâmetros iluministas. Quando estas ambições não são atingidas, por vezes objetivadas em tempo mínimo, vem a frustração, a sensação de fracasso e vem o desequilíbrio emocional. Consequência? Uma série de atitudes irracionais como o suicídio.
É impossível justificar o suicídio, porém alguns detalhes chamam a atenção. Quase sempre está ligado a um fracasso, sentimental ou profissional. A falta de um apoio psicológico, não apenas dos profissionais dessa área visto que o tendencioso ao suicídio não se considera um desequilibrado emocionalmente, mas, e principalmente da sociedade. As cobranças são muitas e em todos os âmbitos. Não há mais a compreensão dos limites individuais e muito menos são respeitadas as individualidades. Em um mundo capitalista o rendimento profissional sofre assédio psicológico constantemente. É o trabalhador que se não produzir igual a outro corre o risco de perder o emprego. É a hierarquia autoritária, déspota, absolutista, que vê o homem como máquina e até como brinquedo de seu poder. Onde fica o lado humano? No que produz, no que vale e quanto mais produz mais vale, é a mais valia pregado e apregoado por Karl Marx. Se não produz, não presta, é descartável. A família sofre. O individuo se culpa e a saída, em um breve momento de fraqueza é tirar a própria vida, até mesmo por vergonha de não poder sustentar a família, de não poder colocar comida na mesa dos filhos. A sociedade cobra e o preço encontrado é levar tal pessoa a sair de circulação, os “imprestáveis” por suas próprias vias.
Aprendi desde cedo que a maior sentença de morte chama-se desprezo. Podemos viver em meio a milhares de pessoas e não sermos notados. É o desprezo social. Um sorriso pode aliviar a dor de alguém que se sente um fantasma na multidão. Um bom dia desejado pode alegrar o dia de alguém e este pode vir mesmo a ter esperanças de ter um bom dia. Quem sabe não se está salvando uma vida? É a tal ajuda psicológica que não precisa de um diploma para ser administrada.
Combater o suicídio pode começar por um sorriso a qualquer que cruze o nosso caminho. Um aperto de mão sincero e amável. É o amar aos outros como a ti mesmo. Sábias palavras de um Jesus.
       
Prof. Jomar Alves 

sexta-feira, 30 de julho de 2010

AMOR


Ah! O amor!
Por séculos e mais séculos tenta-se explicar o amor. Quando mais é tentado, mais se descobre que o amor não tem explicação.
É simples e ao mesmo tempo complicado.
Destrói o que ele mesmo destrói. E depois reconstrói.
Corrói, machuca, dilacera o coração dos românticos. É condenado, absolvido. Odiado e amado.
Isso é o amor.
Como explica o que se sente por uma pessoa que mal passa em nossas vidas e nos arrasta para loucuras que não têm medidas. Que nos leva às alturas e depois nos solta sem para-quedas. Em queda livre, nas asas da desilusão.
Isso se chama amor.
Não pede licença. Entra sem bater. Toma conta e se apodera de tudo e todos. Ocupa espaços onde menos imaginávamos existir. Não há frio. Não há amor. Não distância. Mas há saudade. Um beijo, um afago, um olhar. Qualquer coisa serve para lhe dizer: Eu te amo!
Isso é o amor.
Que o amor seja eterno enquanto dure! Vinicius que me perdoe. Que o amor seja eterno enquanto você existir, meu amor!
Isso é o amor.
Não se explica. Se sente.
Não fala. Não ouve. Mas traduz tudo, tudo, tudo!
Isso é o amor.
Como explicar um sentimento que nos leva a nos aproximarmos de uma pessoa que tomará nosso espaço, nossa atenção? Com quem escreveremos um capitulo de nossas vidas, que jamais será apagado. Será eternizado sem qualquer mudança?
Isso é o amor.
Que venha esse bichinho esquisito contaminado de sensações adversas e gostosas. Quero sentir e fazer você sentir que as nuvens estão aos nossos pés e as estrelas em nossas mãos. A noite nos aguarda e quero saber, sentir que jamais passará. Que seja eterno como o amor enquanto você existir nos meus braços, no meu olhar, no meu viver!
Isso é o amor.
Não tente explicar o amor. Não tente lutar contra o amor. Não tente modificar o amor. Pois ele, o amor, é inexplicável, invencível imutável.
Isso é o amor.
Alguém, um dia, em um lugar, em um momento, no tempo certo chegará a você como chegou para mim e para muitos outros eternos românticos amados e amantes. O amor não avisa. Ataca.
Isso é o amor.
Filósofos tentaram e vão continuar tentando explicar o amor. Em vão.
A ciência jamais chegará perto do que pode ser essa sensação arrebatadora.
Porque isso simplesmente é o amor.
Intocável.
Luar, campo, paisagens ou mesmo entre quatro paredes. O que importa é que o amor está no ar para ser aspirado com sua bactéria contagiante.
Jogar-te-á na cama se não correspondido. Será dolorido e jurará que jamais se entregará para essa febre chamado amor. Podes jurar, mas nunca diga nunca. Porque isso é o amor.
Vai. Aproveite esse momento. Eternize esse instante. Seja feliz enquanto ame. Grite, chore, ria, corra, ande, faça tudo por esse amor. Não deixe que passe segundos de vida sem sentir o que é o amor. Não espere. Não chame. Receba. Doe-se. Se entregue. Ame e será amado.
Isso é o amor.
Diga eu te amo sem medo de ser feliz. Sem hipocrisia. Com sentimento. Do fundo do seu coração. Deixe a razão de lado e embarque nas asas da emoção. Porque o amor não tem explicação. Como não tem ridículo para o que ama.
Isso é o amor.
Não precisa dar satisfação. Nem desculpas para amar.
Isso simples e puramente é o amor!
Minha linda Cy, eu te amo!

terça-feira, 27 de julho de 2010

O MEDO

O medo é uma reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos. O estímulo pode ser uma aranha, um auditório cheio de pessoas esperando que você fale ou a batida repentina da porta de sua casa.
Esse sentimento de medo não é por todo mal. O medo nos faz reconhecer nossos limites e quando estamos prestes a ultrapassar esses limites uma luzinha amarela pisca em nosso cérebro como quem diz: “opa, será que é isso mesmo que devo fazer?” Mas por que sentimos medo?
Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência. Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo, tiveram mais pressão evolutiva favorável.  O instinto de sobrevivência então fala mais alto que qualquer outra coisa e isso é fruto do medo. O medo "normal" vem de estímulos reais de ameaça à vida.
Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem aparecer por causa das associações que fazemos ao longo da vida. Por exemplo, uma criança que teve sua casa destruída durante uma tempestade pode sentir-se ameaçada por uma tragédia toda vez que chover intensamente. Querendo ou não, sua mente fará essa relação. Ou pessoas que passaram por muitas privações quando crianças e que não tinham o que comer, ou "brigavam" com os irmãos pela comia, pode desenvolver uma tendência de comer exageradamente, como se sentissem, ainda que inconscientemente, medo de passar fome novamente ou então para compensar aquilo que não tiveram.
Isso pode ocorrer. Nossa mente inconsciente é atemporal: não tem passado nem futuro. É como se tudo estivesse sendo vivenciado no momento presente. Não há discernimento do que aconteceu, o passado e o presente se misturam. O medo de que não vai conseguir é muito comum e acaba interferindo diretamente na auto-estima, no amor-próprio e na autoconfiança. Uma pessoa que não age por medo de não conseguir, não acredita em sua capacidade e, assim, está perdendo também a oportunidade de reverter todo esse quadro.
Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento em sua mente e você tem medo dos seus próprios pensamentos.
Todos os seres humanos têm medo. O medo é uma defesa que nosso organismo usa para nos defender. É o medo que proporciona energia para reagir diante do perigo. Uma pessoa sem medo poderia sofrer muitos acidentes.
Portanto, para superar o medo é preciso se conhecer melhor, saber até onde pode ou não ir, conhecer seus próprios limites. Encarar desafios faz parte da superação desse sentimento que assola inúmeras pessoas e "nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)
Se ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que enfrentamos o medo. Temos que fazer exatamente aquilo que achamos que não vamos conseguir. Se tivermos medo de tentar, estamos assinando nosso atestado de incompetência. Como saberemos que não conseguiremos se não tentarmos?
No fundo é necessário sabermos que o outro lado de todo o medo é a liberdade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

PAÍS BRASIL... NAÇÃO FUTEBOL!

Um país, de uma forma geral, é um território social, político, cultural e geograficamente delimitado. A maioria dos países é administrada por um governo que mantém a soberania sobre seu povo e seu território, garantindo assim o funcionamento e a ordem do fluxo de atividades que envolvem a sua economia e a sua sociedade. Essa é a definição correta para um Brasil, autônomo, independente e soberano.
Temos um território vasto de multiculturas e raças que, juntos, formam um povo rico e alegre. Mesmo com divergências em opiniões o país tem por característica o patriotismo por seu estado e conduta deste. Ai de quem tente invadir seus direitos ou tomar parte do que se chama”nosso”. Pega-se em armas, se vai a batalha. Enfim, o país tem porque existir. É orgulho as cores verde e amarelo.
Já nação é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, não necessariamente como acontece no Brasil, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando, assim, um povo.
Mas, a rigor, os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, não constituem o caráter da nação. São requisitos secundários, que se integram na sua formação. O elemento dominante, que se mostra condição subjetiva para a evidência de uma nação assenta no vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo.
Esse sentimento de nação no Brasil só acontece de quatro em quatro anos. É o momento do Campeonato Mundial de Futebol, a Copa do Mundo. Nesse momento o brasileiro, mesmo os naturalizados, se unem em um único bem coletivo: torcer pela Seleção Brasileira. Não se distingue o torcedor palmeirense do corintiano, o flamenguista do vascaíno, todos vestem a mesma camisa verde e amarela, torce pelo artilheiro do time rival nacional, o que não aconteceria em um campeonato de cunho regional ou nacional. É impressionante como nesse momento de Copa do Mundo todos são um: Brasil. Nada mais importa.
Não existem partidos políticos, muito menos sessão parlamentar. Ou melhor, tem sim, mas durante a euforia do povo, à surdina da emoção que envolve o povo e tudo passa despercebido. Exemplo é a recontratação pelo senado de mais mil e duzentos funcionários terceirizados ao custo de mais de dois milhões de reais ao mês para os cofres públicos, o bolso do contribuinte. É o efeito Copa.
Só nessa época é que o brasileiro se une. Só nessa época a casa fica desguarnecida porque todos estão vibrando com a camisa verde amarela. É a hora que o ladrão de colarinho branco faz a festa. Como se diz em bordão de rodéios “é a hora que o filho chora e a mãe não vê”. Se o brasileiro tivesse esse mesmo espírito nacionalista na hora de votar, se os políticos tivessem esse mesmo espírito nacionalista na hora de governar e se todos, todos mesmo, se tornassem nacionalistas a cada milésimo de segundo de vida neste país Brasil, as decisões seriam mais fáceis e de maior alcance. Não existiria disputas de partidos, pois todos teriam um só objetivo. Seriam cento e noventa milhões de brasileiros em ação, gritando “prá” frente Brasil, salve nossa nação!
É o país Brasil vivendo um raro momento de nação, uma nção de chuteiras. São quase quarenta dias em que todos os brasileiros são iguais, sem distinção de classe, cor, sexo, religião ou opinião. Todos são brasileiros de coração verde e amarelo. Se a seleção canarinho ganha, ganham todos. Se perde, choram todos. Mas só neste momento, porque depois volta tudo ao normal. Cada um por si e Deus por todos.

NA TELINHA DA TV

A banalização dos programas de tv se mostra cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. O que anda entrando em nosso lar pela telinha mágica de nossas televisões é de causar assombro, chegando à raia do nauseante principalmente aos domingos.
Olhando pelo prisma fundamentalista de algumas religiões que condenam seus membros que assistem à televisão, veremos que, em certos pontos, eles têm razão. É difícil, mas não impossível, encontrar programação em que não faça apologia à violência, depravação, desmoralização do caráter e/ou sadomasoquismo. Até mesmo a programação tida como infanto-juvenil está carregada de violência, de trupes com super-poderes que sangram até a morte ou cometem todo tipo de covardia com seus rivais.
É de assombrar o quanto de audiência que programas como Pânico Na Tv (RedeTv) tem no domingo à noite com quadros bisonhos cheio de covardias, sadismo e masoquismo sem o mínimo de conteúdo para qualquer tipo de cultura, chega ser ridículo e patético o programa. Mesmo assim é a grande concorrência do Fantástico (Globo), tudo bem que o Fantástico não seja mais “o Fantástico”, mas ainda é informativo cultural. O Gugu Liberato com seu fim de tarde repleto de favores é ótimo, no entanto tem partes que favorecem a pessoas que nem sempre precisam, principalmente quando resolve decorar quartos de crianças que moram em condomínio fechado, em casas com carros na garagem, cujo quarto é uma verdadeira suíte. Será que ele anda vendo as crianças de Santa Catarina dormirem em papelões no chão tremendo de frio? O que não dizer das pegadinhas do Silvio Santos onde a mais engraçada é aquela que usa de covardia com as pessoas, muitas vezes idosos? O Faustão se esbalda balançando a pança quando em suas vídeo-cassetadas, alguém cai não se importando se a pessoa pode ou poderia ter um acidente sério, é o puro sadismo em pessoa.
Já passou da hora de selecionar o que entra em nosso lar. Não dá para aceitar que programas como esses, vazios de entretenimento saudável ou que em nada sirva de engrandecimento para o conhecimento continuem a influenciar os jovens. A MTV tem programação em que mostra claramente personagens se embebedando ou cheirando cocaína. É um absurdo. Ainda bem que Rede Tv e MTV são canais que precisam de antena parabólica para captação, assim ameniza, não muito, o problema. Não estou aqui sendo favorável à censura na tv, apenas afirmo que podemos escolher o que vemos e é melhor pensar no que ganho do que perder o meu tempo com programação fútil.
Pais vejam o que seus filhos estão vendo. É com a audiência que os programas continuam ou não, quando não há audiência o programa é obrigado a trocar seu conteúdo para captar mais audiência ou são tirados do ar. Pensem nisso senhores pais. Ainda tem programa que vale a pena assistir. Para quem tem parabólica então as opções são varias: Tv Escola, Aparecida, Vida, Record, etc.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

OS JOVENS E O MUNDO

Faço parte de um site na internet onde pessoas fazem perguntas com intenção de saberem opiniões sobre certos assuntos, tirarem dúvidas escolares, pedirem conselhos sentimentais, enfim, perguntas de todos os tipos e gostos são feitas a espera de respostas que a satisfaçam.
Dentre outras tantas, encontrei uma que me assustou duplamente. Primeiro pela pergunta onde um jovem de apenas quinze anos se interessava em ter resposta para o que acontece com os jovens de hoje que não se interessam por nada, nem por amar a si mesmos ou respeitarem aos preceitos morais. Segundo pelas respostas obtidas. A grande maioria, sintetizando, respondeu que o jovem é que sabe o que é bom na vida.
Esta é a visão que jovens têm dos jovens, que eles sabem viver?
Infelizmente é. Não cabe a nós julgarmos os jovens por seus atos, mas cabe a nós analisarmos por que chegou a este ponto de acharem que transgressões morais e físicas, a irresponsabilidade e o descompromisso com suas próprias vidas, não que todos sejam assim, graças a Deus, seja o bom-viver.
Como educador vejo muito desinteresse em sala de aula por parte de alguns e me surpreende mais ainda quando converso com os pais. Eles, os pais, têm orgulho em dizer que procuram oferecer aos filhos o bom e as melhor, coisas que nunca puderam ter, pois passaram por dificuldades, por arrochos com os próprios pais, tendo uma educação rígida, com muita exigência e cobrança. E daí? Não foi graças a esta cobrança, a estes sufocos passados que construíram seu caráter de lutadores a ponto de quererem se esforçar ao máximo para dar o bom e o melhor para sua prole? Então porque não usar o mesmo remédio para que seus filhos obtenham o mesmo caráter?
O filósofo Nietzech (Niti) pode ajudar estes pais a entenderem o que passaram e onde estão errando com a educação que dão aos filhos. Niti desejava aos seus amados que sofressem o máximo, que passassem por apertos, que sentissem a dor do fracasso, que sentissem a dor da dor, que tivessem fome, frio e sede. Imagina você falando isso para o seu filho, para a sua amada... Cruel? Não. É pura lógica. Todos os sofrimentos levam à valorização do sucesso, da superação, da vitória. Não existe estrada reta até o topo da montanha. As dificuldades são normais, o segredo da satisfação é aprender a superá-las. Como alguém pode conhecer o sucesso se não conhece o fracasso? Então Niti tinha razão, uma razão lógica. Os jovens atuais se conformam em receber de “mão beijada” tudo o que querem, quando caírem sofrerão e acusarão os pais de não terem deixados aprender a errar, a lutar pelo que queria e as dificuldades da vida ensinará da forma mais cruel, quando os pais já não estiverem por perto quando eles caírem. Afinal, ninguém é eterno ou onipresente.
A liberdade obtida pelos jovens se transforma em libertinagem, em costumes desregrados e devassos. Tudo na vida precisa de limite, por isso a existência das leis, das regras, dos direitos e também, principalmente, dos deveres. Ter limite, dizer e ouvir “não” não é sinal de afronta ou de que não é amado. Dizer “não” é sinal de amor em alguns casos.
Por outro lado, esse jeito jovem de viver, paradoxalmente, ensina-nos que precisamos adaptar à evolução dos tempos. Ficar no passado, preso a limitações temporais, não oferecendo a chance de aprendizado, de reciclagem, significa que paramos no tempo e seremos engolidos pela modernidade. O segredo, no entanto, é dosarmos a absorção dessa modernidade, entendendo que algumas necessidades dos jovens precisam ser supridas. Não faz muito tempo e eu aprendi a lidar com o computador através de códigos de acessos, não existia o mouse. Não é por isso que vou obrigar meu filho a aprender da mesma forma. Eu podia andar pela madrugada a fora sem medo dos lugares escuros, hoje, corre-se o risco de se perder a vida por estar usando um tênis novo. Este é o lado podre da evolução dos tempos, mas é uma realidade.
Os jovens precisam aprender que tudo evolui, mas a vida é uma só. Respeitar e ser respeitado é o segredo de uma vida feliz. Amar-se, amar e ser amado. Os jovens precisam aprender a dizer: - Eu me amo, eu me cuido, eu me preservo, eu sou único. Isso, sim, é saber viver.

SER MÃE...


“... Antes de ser mãe eu fazia e comia os alimentos ainda quentes. Eu não tinha roupas manchadas. Eu tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama. Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.
Antes de ser mãe eu limpava minha casa todo dia. Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.
Antes de ser mãe ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos... Eu dormia a noite toda...
Antes de ser mãe eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções. Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam. Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha. Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.
Antes de ser mãe eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela. Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor. Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida. Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim. Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.
 Antes de ser mãe eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto. Eu não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança. Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.
 Antes de ser mãe eu nunca me levantei à noite a cada 10 minutos para me certificar de que tudo estava bem. Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe. Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.
 Por tudo e, apesar de tudo, obrigada, Deus, por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo. Obrigada Deus por permitir-me ser Mãe!”
Este texto de autor desconhecido e me enviado por uma amiga que descobriu a magia de ser mãe exprime o que é ser mãe realmente. Uma sensação impar que nós homens devemos reverenciar todos os dias em que olhamos nossos filhos e todas as crianças, pois todas são dádivas da dádiva de ser mãe.
A todas as mães, meu sincero respeito e toda minha admiração.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

EVOLUCIONISMO SOCIAL (Parte 1)

O termo evolução pode ser entendido como “toda mudança com diferenciação quantitativa, ou qualitativa”. Por mais que a expressão dê uma conotação de melhoria, deve-se compreendê-la sob duas vertentes: como progresso, que é uma evolução para melhor, e como regresso, uma alteração que não logrou êxito. O fato de acharmos que progredimos pelo momento que vivemos em comparação com o tempo de nossos pais, leva-nos a não enxergar a realidade que nos cerca e que está conduzindo a humanidade para uma aniquilação interna.
Faz-se necessária uma breve diferenciação entre a doutrina evolucionista e a teoria biológica da evolução. Esta última tendo como disseminador supremo Charles Darwin, acreditava nas transformações das espécies vivas, chocando-se com a teoria da imutabilidade dos seres. Na luta pela sobrevivência no mundo animal, como também no processo de adaptação ao ambiente ocorriam alterações orgânicas nos seres vivos que se transmitiam aos seus descendentes, possibilitando melhores condições de vida para aquela espécie. Basicamente, o que Darwin dizia era que a lei da sobrevivência favorecia aos mais fortes e ou mais espertos. O homem jamais foi ou será o mais forte animal da terra, mas sem dúvida é o mais esperto.
Visando entender como o homem sobrevive através de sua esperteza, poderia aqui ser simplesmente citada a famosa “lei do Gerson”: “todo mundo quer levar vantagem, leve vantagem você também.” No entanto é preciso ver além da intenção de sobrevivência em um mundo que não tem mais riscos físicos naturais como na Idade da Pedra ou Idade Média com suas guerras por expansão territorial. É o evolucionismo social.
Quer se trate do desenvolvimento da Terra, da vida sobre a superfície, do desenvolvimento da sociedade, do governo, da indústria, do comércio, da língua, da literatura, da ciência, da arte, no fundo de todo progresso está sempre a mesma evolução que vai do simples ao complexo, através de diferenciações sucessivas.
É perceptível que esta doutrina se aplica a tudo, seja aos seres humanos, às instituições, às sociedades, em dissonância com a teoria biológica, que engloba unicamente os seres vivos. Entretanto, a distinção mais importante a se lembrar é quanto ao conceito que as escolas atribuem à palavra evolução. O evolucionismo tem como característica precípua a definição de evolução como sinônimo de progresso, deixando à margem a vertente regressiva.
O fato é que o homem está cada vez mais buscando o progresso e esquecendo o próprio homem como objeto principal. Ter conforto é progresso. Ter dinheiro é progresso. Ter tecnologia é progresso. E a contra mão desse progresso é a “lei do Gerson”. Para alcançar esse progresso, o ser humano é colocado em segundo plano como mero objeto que fica de lado enquanto a carruagem do progresso passa arrastando conceitos éticos e morais.
Se Charles Darwin elaborasse a sua teoria evolucionista em pleno século XXI diria que o homem não está em franca evolução, mas, sim, em franca “implosão social”. E o primeiro segmento a implodir é sem dúvida a família. O capitalismo empurra cada vez mais pais para fora de casa por maior tempo enquanto filhos não enxergam mais os pais como autoridade e exemplo a serem seguidos. No mundo atual é cada um por e Deus por todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A BANALIZAÇÃO DA MORAL


A sociedade moderna está enveredando por um caminho desvirtuoso da sábia consciência do que vem a ser moral. Vejamos algumas definições e considerações de diferentes autores sobre o significado da palavra Moral. Vale destacar que alguns a igualam à Ética, mas o importante é saber que atualmente ambas tem significados e usos diferentes entre si.
A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes. Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas. Para Augusto Comte (1798-1857), "a Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas." Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros. Para Piaget (1896-1980), toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.
Já nos dicionários. Moral: (subs.) 1. o mesmo que Ética. 2. O objeto da Ética, a conduta enquanto dirigida ou disciplinada por normas, o conjunto dos mores.
Mesmo com todas estas explicações sobre moral, não é possível encontrar na prática tais conceitos como regras de conduta. Em tudo o que se anuncia, nas propagandas do que se tenta vender para o consumidor, em qualquer meio de comunicação, a figura humana é explorada de forma equivocada. Não se valoriza mais o interior das pessoas, e sim o corpo, a casca, a parte de fora do ser humano. Das mulheres então é explorado a sensualidade, a sexualidade, como se a mulher fosse um objeto qualquer de consumo. Não é verdade. O homem como a mulher são seres racionais, não são inanimados. Por que mostrar partes do corpo do homem ou da mulher para vender bebida, tinta de parede, carros, alimentos, etc? Mesmo na propaganda de cosméticos não há necessidade de expor partes intimas da mulher ou do homem para vender batom, por exemplo. Do jeito que usam da propaganda dá a entender que quem usar certo tipo de perfume ou tomar determinada bebida vai alcançar o sucesso com o sexo oposto. Ledo engano. Isso é a banalização da moral. O ser humano não é objeto de consumo.
No comportamento do dia-a-dia vemos isso no caminhar pelas ruas. São roupas cada vez mais curtas que as mulheres usam para pura prática de sedução dos homens. Outro tremendo engano. O homem que quer uma mulher para compromisso não vai escolher uma que se expõe de tal maneira. Pelo contrário, vai entender que a mulher exposta está aberta a tudo, menos a compromisso sério, já que não leva sua moral a sério. É imoral sim o que as mulheres estão fazendo com o próprio corpo.
Os homens não ficam atrás ao sair para as “baladas” para “pegar” gatinhas. Olham as mulheres como abutres olham para a carniça. Aí esses tais encontram aquelas tais e o resultado vem nove meses depois. Por quê? Porque não agiram dentro da moral
Mas isso só acontece porque o homem perdeu o parâmetro de moral. Antigamente, muito antigamente, a religião servia de parâmetro e isso durou por milênios. Era o medo de pecar e ir visitar o inferno depois de morto. Os padres, sacerdotes, ditavam as regras e eram obedecidos sob pena de excomunhão, o pior dos castigos. Depois veio a sociedade paternal, onde o pai ditava as regras e era obedecido. Época dos casamentos arranjados, moças prendadas, filhos educados nos melhores colégios.
Hoje não há mais parâmetro. O que se vê pelo mundo é a falência da moral e dos bons costumes. Cada dia mais cedo encontramos adolescentes grávidas de pais mais jovens ainda. Família que acha normal levar o casal de namorados para dormirem juntos dentro da própria casa porque assim se sabe onde os filhos estão. E o princípio do casamento, onde fica? Já foi, como dizem os jovens. Hoje a moda é ficar.
“Eu sei o que é moral apenas quando você se sente bem após fazê-lo e o que é imoral é quando você se sente mal após. (Ernest Hemingway. Death in the afternoon - 1932)”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

FANTASMAS URBANOS

Um psicólogo da USP, para sua tese de mestrado, trabalhou por alguns anos como faxineiro no campus da universidade e comprovou que certos profissionais não são notados no seu dia-a-dia. Enquanto ele, o psicólogo, estava vestido e trabalhando de faxineiro, nem seus colegas o cumprimentava. No entanto, ao trocar de roupa e pegar seu material para estudar ou simplesmente andar pelo mesmo caminho dentro do campus, todos o notavam e paravam para conversar.
Essa experiência mostra o quanto nós somos ingratos e indiferentes com outros seres humanos. Muitas vezes, e não são poucas, chegamos a parar o carro para não machucar um cachorro que atravessa a rua à nossa frente. Outras vezes paramos para admirar coisas inanimadas como se fosse a mais bela do mundo. Recebemos mensagens de e-mail com paisagens lindas e ficamos estupefatos com a obra de Deus. Mas em uma calçada, quando tem um varredor de ruas limpando o nosso caminho, passamos sem ao menos olhar onde pisamos, menos ainda pedimos licença por estar atrapalhando o seu serviço. Já vi casos em que pessoas se irritaram porque quase tiveram os seus pés varridos por um descuido do trabalhador, sendo que este estava fazendo o melhor para que os transeuntes não pisassem em lixos que eles mesmos jogaram ao chão sabendo que mais tarde teria alguém para limpar.
Qual o valor do ser humano para o próprio ser humano? Será que este valor é quantificado pelo que veste ou tem? Quem vale mais como ser humano, o que veste branco e senta em cadeira acolchoada de veludo ou o que pega em uma vassoura e nem uniforme tem para deixar a cidade dos engravatados mais bonita e isenta de focos de doenças?
A resposta para estas perguntas está na racionalidade humana. Essa racionalidade trás diferenças onde não deveria existir, por exemplo: ser o mais gordo, o mais feio, o mais ou menos qualificado, etc. Isso porque pensamos que fazemos e somos diferentes uns dos outros, o que não é racional.
Michel Montaigne  (pensador e filósofo francês, 1533 – 1592) usava os animais para identificar e condenar essa racionalidade humana. Em uma de suas muitas citações, pergunta: “alguém já viu um porco criticar outro porco por estar gordo demais, ou um cão rejeitar uma cadela por ser de raça diferente?” Só o ser humano faz tal diferenciação e se vangloria disso.
Quer seja um varredor de rua, coletor de lixo, garçom, faxineiro, zelador, diarista, manobrista, enfim, qualquer trabalhador que não notamos no nosso viver, tem valor como qualquer outro que trabalha honestamente. “A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas. Montaigne.” Se achamos bom ser servidos, devemos aprender a servir também, só assim valorizamos o que recebemos. É o respeito para ser respeitado. É o amar para ser amado. É dar para receber.
Nada custa pedir licença e agradecer ao varredor de rua quando estamos andando nas calçadas. Falar um bom dia, dar um sorriso, parar para conversar com tais pessoas, e não me refiro só a varredores, mas a todos que não notamos sempre, faz bem e levanta o astral dessas pessoas, elas se sentem notadas e valorizadas. Elas, como todos, precisam e merecem ser notadas. Isso é amar ao próximo como a ti mesmo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ISSO É UMA VERGONHA!

O grande jornalista Boris Casoy, da Rede Band, que me perdoe o uso sem autorização do seu famoso bordão, mas não há outra expressão que expresse melhor o que a população tricordiana deve estar pensando depois de ler o artigo deste jornal na edição nº 811, onde se encontra a reportagem sobre a votação do aumento de salário dos vereadores, prefeito, vice e secretários: 30% para os primeiros e 50% para as secretarias. É ou não uma vergonha?
Não estou aqui para defender a classe dos professores, da qual faço parte. Afinal, ser professor, médico, enfermeiro, engenheiro e outras tantas profissões graduadas é uma opção. Mas e quanto a ser lixeiro, varredor de rua, ajudante geral, auxiliares e técnicos? Isso não é uma escolha, é necessidade decorrente de uma oportunidade que não tiveram de um estudo qualificado que os colocasse em condições de progressão, o que remete à competência desses que agora querem aumento.
Prefeito, vice e secretarias têm uma carga horária de trabalho realmente desgastante, o que não justifica um aumento maior que os chamados serviçais. Para prefeito até justifica o aumento em se pensando na sua responsabilidade, embora que para o que está saindo não justificaria. Já para os vereadores... Misericórdia!
Quando o Legislativo prestar atenção na importância dos nossos “lixeiros” e varredores de rua, verão que estes sim merecem um aumento de salário. Afinal, são eles que recolhem todos os lixos que os próprios vereadores descarregam nas ruas, de suas casas e escritórios. São estes trabalhadores que não têm nojo de recolherem o papel que os vereadores usam para limparem o seu... Seu... Deixa pra lá! Se não fossem estes verdadeiros heróis, a população mundial não seria de quase 7 bilhões de habitantes. Uma aulinha de História para os nossos governantes cai bem aqui.
Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população européia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste. Também atingiu a Ásia, matando um total superior à metade da população do mundo até então conhecido. Para surpresa dos estudiosos, descobriu-se que o culpado de tanta morte era o rato. Isso mesmo. Não havia saneamento básico nas cidades, o lixo se acumulava nas ruas e casas, o que favorecia o proliferamento de ratos. Estes, com suas pulgas, transmitiam a doença para os humanos que se contagiavam uns aos outros e a morte estava instalada.
Se hoje temos lixeiros, não temos pestes. Se não tivermos lixeiros, não haverá verba da Secretaria de Saúde que dará conta. Então quem é mais importante: os vereadores que mal se reúnem uma vez por semana para fingirem trabalhar ou o homem que passa o dia inteiro literalmente correndo atrás de um caminhão fétido para evitar que fiquemos doentes?
Os vereadores eleitos podem já começarem a tomar providências para reverterem essa vergonha. Caso contrário, o povo pode não reelegê-los. Em todos os discursos a máxima era a mesma: “quero defender os interesses do povo”. Está aí a chance de provarem que estão falando a verdade, caros senhores vereadores. Porque os que saem defendem o próprio bolso. Oxalá se esta tal Lei Orgânica não venha com um adendo retroativo para os pagamentos.
Vereadores, vocês são um vergonha.
 
Visitantes adquiriram informação e conhecimento!