Em pleno ano eleitoral é possível ver como funciona uma democracia. São candidatos pedindo votos, partidários fazendo campanhas para esses candidatos e por todas as esquinas e bares a discussão é a mesma: em quem votar? Isso é democracia real.
O que vem depois é que descaracteriza a democracia. Diga-se de passagem, nunca foi concretamente uma democracia desde os seus primórdios na Grécia Antiga, onde tudo começou. Lá, na Grécia Antigo, já havia acepção de pessoas que poderiam participar dos atos políticos, como as mulheres, os escravos e jovens ficavam de fora das decisões que se tomavam em prol da sociedade. Portanto, democracia que deveria ser do povo, para o povo e com o povo excluía alguns.
Em pleno século XXI as coisas não mudaram. Os candidatos se lançam em suas campanhas e prometem até o que nem sabem se existe ou se é possível. Simplesmente falam a língua do povo. Engodo. Promessas de campanhas são mais quebradas que juras de amor eterno. E sempre é preciso atacar o adversário com ofensas e agressões pessoais. Ataca-se a vida particular e pública como em uma rinha de briga. Isso é democracia. Fala-se o que quer e acaba por escutar o que não quer. Infelizmente faz parte das campanhas tentarem enfraquecer a moral dos adversários, mas não deveria ser assim. Afinal todos estão se candidatando a um cargo público, deixe que o povo veja ou investigue. O mesmo povo que deveria excluir esses atacantes, certos ou não, pois é prova de incompetência puxar o tapete. Será que não tem competência própria para se destacar mais e ser o eleito, o escolhido pelo povo. Isso é democracia, o povo escolher por si só. Afinal, no meio político, quem pode atirar a primeira pedra ainda não nasceu.
Em nossa sociedade é fácil perceber que a democracia não garante os direitos do povo como deveria ser em sua teoria tão ampla e maravilhosa. A política vira politicagem assim que os votos são contados e conferidos. Nem mesmo recebem o diploma ou tomam posse e começa a corrida por aquilo que é de interesse próprio, a saber, o que mais eu posso ter e o que vou fazer por esse ou aquele que me ajudou? É assim principalmente nas cidades pequenas. O clientelismo, o paternalismo, o populismo a favor de quem tem o poder. As promessas feitas se perderam.
Mesmo sendo uma democracia, a forma política brasileira deixa brechas para as armações dos políticos. Um exemplo é que os vereadores se candidatam para defenderem os interesses de suas cidades. No meio do mandato, quando eleitos, deixam os cargos em licença para se candidatar a patamares maiores. E o povo de sua cidade acredita que ele vai fazer mais sendo mais. Engano. Ao ser eleito deverá atender a mais cidades, a toda uma região, a todo um estado. Pode sim trazer recursos. Mas se fez isso sendo vereador, será que o próximo passo não será abandonar o cargo em troca de uma secretaria de estado, ou uma direção de estatal, ou quem sabe o que? Se faltou com a confiança depositada em sua cidade, traiu seus eleitores, não poderá lutar por uma região maior, com mais votos, com mais influência para futuros vôos mais altos?
Ainda em se tratando de políticos que abandonam um cargo eletivo para se candidatarem a outro, o descaso maior é que ao ser eleito o político deixa sua vaga para o seu suplente. Sinceramente nunca vi uma campanha para qualquer cargo em que aparece o suplente para ser votado caso o titular saia por algum motivo. Se o suplente não for qualificado azar do povo que não escolheu para representação deste. E agora como cobrar do seu candidato as realizações que não fez? O suplente não fez nenhuma promessa, portanto está isento de ser cobrado. O pior é que a democracia permite isso, deixar o povo de fora da suplência.
Outros pontos que descaracterizam a democracia é o direito de ir e vir garantido pela constituição, bem como o direito a moradia, a saúde, a educação e o direito de expressão. O povo elege e depois tem que se calar diante da lei que permite que políticos sujos e falsos sejam eleitos e reeleitos com direitos garantidos pelo Supremo Tribunal Federal. Essa é a Democracia brasileira.
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