terça-feira, 27 de julho de 2010

O MEDO

O medo é uma reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos. O estímulo pode ser uma aranha, um auditório cheio de pessoas esperando que você fale ou a batida repentina da porta de sua casa.
Esse sentimento de medo não é por todo mal. O medo nos faz reconhecer nossos limites e quando estamos prestes a ultrapassar esses limites uma luzinha amarela pisca em nosso cérebro como quem diz: “opa, será que é isso mesmo que devo fazer?” Mas por que sentimos medo?
Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência. Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo, tiveram mais pressão evolutiva favorável.  O instinto de sobrevivência então fala mais alto que qualquer outra coisa e isso é fruto do medo. O medo "normal" vem de estímulos reais de ameaça à vida.
Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem aparecer por causa das associações que fazemos ao longo da vida. Por exemplo, uma criança que teve sua casa destruída durante uma tempestade pode sentir-se ameaçada por uma tragédia toda vez que chover intensamente. Querendo ou não, sua mente fará essa relação. Ou pessoas que passaram por muitas privações quando crianças e que não tinham o que comer, ou "brigavam" com os irmãos pela comia, pode desenvolver uma tendência de comer exageradamente, como se sentissem, ainda que inconscientemente, medo de passar fome novamente ou então para compensar aquilo que não tiveram.
Isso pode ocorrer. Nossa mente inconsciente é atemporal: não tem passado nem futuro. É como se tudo estivesse sendo vivenciado no momento presente. Não há discernimento do que aconteceu, o passado e o presente se misturam. O medo de que não vai conseguir é muito comum e acaba interferindo diretamente na auto-estima, no amor-próprio e na autoconfiança. Uma pessoa que não age por medo de não conseguir, não acredita em sua capacidade e, assim, está perdendo também a oportunidade de reverter todo esse quadro.
Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento em sua mente e você tem medo dos seus próprios pensamentos.
Todos os seres humanos têm medo. O medo é uma defesa que nosso organismo usa para nos defender. É o medo que proporciona energia para reagir diante do perigo. Uma pessoa sem medo poderia sofrer muitos acidentes.
Portanto, para superar o medo é preciso se conhecer melhor, saber até onde pode ou não ir, conhecer seus próprios limites. Encarar desafios faz parte da superação desse sentimento que assola inúmeras pessoas e "nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)
Se ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que enfrentamos o medo. Temos que fazer exatamente aquilo que achamos que não vamos conseguir. Se tivermos medo de tentar, estamos assinando nosso atestado de incompetência. Como saberemos que não conseguiremos se não tentarmos?
No fundo é necessário sabermos que o outro lado de todo o medo é a liberdade.

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