A sociedade moderna está enveredando por um caminho desvirtuoso da sábia consciência do que vem a ser moral. Vejamos algumas definições e considerações de diferentes autores sobre o significado da palavra Moral. Vale destacar que alguns a igualam à Ética, mas o importante é saber que atualmente ambas tem significados e usos diferentes entre si.
A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes. Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas. Para Augusto Comte (1798-1857), "a Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas." Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros. Para Piaget (1896-1980), toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.
Já nos dicionários. Moral: (subs.) 1. o mesmo que Ética. 2. O objeto da Ética, a conduta enquanto dirigida ou disciplinada por normas, o conjunto dos mores.
Mesmo com todas estas explicações sobre moral, não é possível encontrar na prática tais conceitos como regras de conduta. Em tudo o que se anuncia, nas propagandas do que se tenta vender para o consumidor, em qualquer meio de comunicação, a figura humana é explorada de forma equivocada. Não se valoriza mais o interior das pessoas, e sim o corpo, a casca, a parte de fora do ser humano. Das mulheres então é explorado a sensualidade, a sexualidade, como se a mulher fosse um objeto qualquer de consumo. Não é verdade. O homem como a mulher são seres racionais, não são inanimados. Por que mostrar partes do corpo do homem ou da mulher para vender bebida, tinta de parede, carros, alimentos, etc? Mesmo na propaganda de cosméticos não há necessidade de expor partes intimas da mulher ou do homem para vender batom, por exemplo. Do jeito que usam da propaganda dá a entender que quem usar certo tipo de perfume ou tomar determinada bebida vai alcançar o sucesso com o sexo oposto. Ledo engano. Isso é a banalização da moral. O ser humano não é objeto de consumo.
No comportamento do dia-a-dia vemos isso no caminhar pelas ruas. São roupas cada vez mais curtas que as mulheres usam para pura prática de sedução dos homens. Outro tremendo engano. O homem que quer uma mulher para compromisso não vai escolher uma que se expõe de tal maneira. Pelo contrário, vai entender que a mulher exposta está aberta a tudo, menos a compromisso sério, já que não leva sua moral a sério. É imoral sim o que as mulheres estão fazendo com o próprio corpo.
Os homens não ficam atrás ao sair para as “baladas” para “pegar” gatinhas. Olham as mulheres como abutres olham para a carniça. Aí esses tais encontram aquelas tais e o resultado vem nove meses depois. Por quê? Porque não agiram dentro da moral
Mas isso só acontece porque o homem perdeu o parâmetro de moral. Antigamente, muito antigamente, a religião servia de parâmetro e isso durou por milênios. Era o medo de pecar e ir visitar o inferno depois de morto. Os padres, sacerdotes, ditavam as regras e eram obedecidos sob pena de excomunhão, o pior dos castigos. Depois veio a sociedade paternal, onde o pai ditava as regras e era obedecido. Época dos casamentos arranjados, moças prendadas, filhos educados nos melhores colégios.
Hoje não há mais parâmetro. O que se vê pelo mundo é a falência da moral e dos bons costumes. Cada dia mais cedo encontramos adolescentes grávidas de pais mais jovens ainda. Família que acha normal levar o casal de namorados para dormirem juntos dentro da própria casa porque assim se sabe onde os filhos estão. E o princípio do casamento, onde fica? Já foi, como dizem os jovens. Hoje a moda é ficar.
“Eu sei o que é moral apenas quando você se sente bem após fazê-lo e o que é imoral é quando você se sente mal após. (Ernest Hemingway. Death in the afternoon - 1932)”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário